Violência no namoro

O que é?

A violência no namoro é um padrão de comportamento que se repete ao longo do tempo, onde um dos elementos exerce o poder, através da violência (física, psicológica, económica e/ou sexual), com o intuito de controlar, dominar e submeter o outro/a.

Numa fase inicial assume formas de dominação mais discretas que, com o passar do tempo, se vão tornando mais graves e frequentes. Qualquer pessoa pode ser vítima de violência, seja qual for a idade, etnia, religião, nível educacional ou económico e orientação sexual.

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Estarei a ser vítima ?

A violência no namoro não é uma discussão ocasional nem uma situação/episódio de mau humor. Pode apresentar as seguintes manifestações:

A violência física

Dar bofetadas; puxar os cabelos; atirar objetos à outra pessoa; dar beliscões; dar empurrões; agarrar com muita força.
No fundo, é todo o tipo de comportamento que alguém tem para com outra pessoa com a intenção de magoar, aleijar, ferir.

A Violência Emocional/Psicológica

Insultar/difamar, gritar ou ameaçar, impedir os contactos com outras pessoas, não deixar sair com os amigos/as, ver telemóvel/e-mail sem consentimento, partir ou danificar intencionalmente objetos.
Trata-se de todo o comportamento que alguém tem para com outra pessoa com a intenção de a rebaixar, humilhar, controlar e fazê-la sentir-se mal com ela própria ou até com os outros.

A Violência Sexualizada

Beijos, apalpadelas ou outros toques não consentidos, forçar a iniciar a atividade sexual, forçar a ter práticas sexuais indesejadas, forçar a ver vídeos ou imagens de teor sexual, entre outras.
Passa por todo o comportamento sexualizado que alguém tem para com outra pessoa que não o deseja.

A Violência Económica

Utilizar o telemóvel sem consentimento, roubar dinheiro, pressionar para pagar despesas pessoais, entre outras.

Stalking

É qualquer forma, ou tentativa, de comunicação, vigilância, assédio ou perseguição a alguém que não o deseja e que, em consequência desses comportamentos, se sente ansioso/a, assustado/a, com medo ou em perigo. Alguns exemplos de Stalking são os contactos repetidos e indesejados, tais como telefonemas, mensagens, e-mails, cartas/bilhetes; aparecer constantemente nos locais frequentados pela outra pessoa; procurar obter informações sobre a outra pessoa, vasculhando no teu lixo, na mochila, nos bolsos ou, simplesmente, perguntando a outros; roubar ou apoderar-se de objetos pessoais da outra pessoa; conhecer em detalhe todos os passos da outra pessoa; enviar presentes não desejados; criar sites ou blogues sobre a outra pessoa; seguir a outra pessoa num ou em vários contextos; vigiar a outra pessoa permanentemente.

Se vives com isto, podes ser vítima

O que posso fazer?

Se és vítima:

Não te responsabilizes pela situação. Mesmo que o teu namorado/a ou ex-namorado/a queira justificar a violência, não há nada que a justifique. Lembra-te que todas as pessoas têm o direito de ser respeitadas.

A violência física

este é um segredo mau

todas as pessoas têm o direito de ser respeitadas

Não mantenhas este problema em segredo e não o vivas sozinho/a e em silêncio. Conversa com alguém da tua confiança que te possa ajudar a encontrar soluções (familiar, amigo/a, monitor/a, professor/a, psicólogo/a da escola).

não toleres atitudes abusivas

Se optares por permanecer na relação, deves deixar claro que não estás disposto/a a tolerar comportamentos abusivos e que, caso estes se mantenham, consideres a possibilidade de abandonar a relação.

Seja qual for a tua decisão existem instituições especializadas em serviços de apoio a vítimas de violência, que são gratuitos e confidenciais e onde podes recorrer a acompanhamento psicológico e a aconselhamento jurídico e podes denunciar o caso às autoridades competentes. Para isso podes ligar para a AMCV 213 802 165 ou para outro contacto que te tenham sugerido ou que podes encontrar em Recursos.

contacta instituições de apoio a vítimas de violência

Se conheces alguém que está a viver uma relação violenta com estas características:

Não toleres atitudes abusivas

Ouve-o/a a sem julgar ou responsabilizar
Não o/a pressiones a contar detalhes que não deseje
Dá-lhe tempo para tomar as suas próprias decisões
Não o/a abandones se não terminar a relação
Ajuda-o/a a identificar que está a viver uma relação violenta, dizendo-lhe que a violência no namoro é um crime punido por lei e que tem o direito a viver sem violência e a ser respeitado pelo namorado/a.
Tenta que ele/a fale com alguém que o possa ajudar e informar, como por exemplo um familiar, amigo/a, monitor, professor, psicólogo da escola, ou instituições especializadas em serviços de apoio a vítimas de violência. Se te parece que ele corre perigo iminente e não consegue falar com ninguém, diz-lhe que irás procurar ajuda de alguém de confiança.
É fundamental pedir apoio técnico e sair do segredo no qual a vítima se encontra
Continua a apoiá-lo/a mesmo depois do fim da relação porque, muitas vezes, o fim da relação não significa o fim da violência. Por vezes o ex-namorado/a não aceita o facto de a relação ter terminado e continua a perseguir e a controlar todos os passos que o ex-namorado/a dá. Quando isso acontece é importante que a vítima mude de número de telemóvel, de e-mail, a fechadura do cacifo da escola (caso tenha); que procure caminhos alternativos para os locais que frequenta; que ande sempre acompanhada; que fale da situação com uma pessoa de confiança que a possa apoiar numa situação de emergência; e que grave no telemóvel os contactos necessários em caso de emergência.

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